sexta-feira, outubro 26, 2007

Empréstimos? É no BCP, claro!


Não há dúvida que quem muito tem, muito pode. Pelo menos em Portugal, mas, para não bater sempre no mesmo ceguinho, diria que a nível mundial, nas sociedades ocidentalizadas, denominadas de “evoluídas” (pergunto-me insistentemente o que têm elas de evoluídas as sociedades onde as pessoas são – mal – tratadas como máquinas e parcas vezes encontro resposta).

Assim justificamos a globalização e o poder que uns têm e usam sobre os que não o têm e se sujeitam aos primeiros. Complicado? Nem tanto...

Em Portugal temos uma exemplo recente (satirizado com mestria pelo RAP, dos Gatos FedorentoSe não tem pais ricos, vá ao BES, se tem vá ao BCP ). Nada mais nada menos do que o empréstimo contraído pelo filho do Jardim Gonçalves, por acaso no banco em que o pai manda e que, segundo consta, estava prestes a ser perdoado, não tivesse sido detectado e ampliado pelos meios de comunicação social.

Será difícil, certamente, ampliar ainda mais os cerca de 10 milhões de euros que estão em causa nesta história e que, para a maioria de nós, será um valor inatingível ao longo da vida. Pelo menos assim todo junto, de um vez só, de rajada...

Justificar-se-á este acto tentador pelo poder, capacidade ou influencia de tais intervenientes, mas não deixa de ser condenável. Poderão justificar os mesmos, que terá tanto de condenável como uma empresa comprar uma outra concorrente, com vista a uma massificação em larga escala do seu poder abrangente e eliminação da concorrência. É legitimo? E se nesse negócio se tivessem utilizado meios menos... respeitáveis? Umas fugas de informação ou outros...

Será legitimo, por ventura, um banco emprestar os tais 10 milhões a qualquer um de nós (não esquecendo os critérios que eles impõem e que pelos vistos para “o filho”, não existiram. Ou melhor, existiu o critério de ser filho de fulano tal, muito mais raro e, certamente, com um peso totalmente diferente de todos os outros), não será tão legitimo “perdoar” (seja o que isso for, por inexperiência do autor) esse empréstimo...

Dizia-se, antigamente, que querer é poder, com os tempos o poder transformou-se em querer (e ter-se-á certamente!)...

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