Boas Festas!
Há dias em que tenho uma fúria e apetece-me escrever sobre tudo, todos e mais alguma coisa que me ocorra no momento. Felizmente, nem sempre tenho à mão com que escrever ou, nem sempre consigo escrever no mesmo instante da ocorrência da fúria, por razões várias. Desde a preguiça, aos afazeres profissionais. Normalmente estas fúrias, literalmente falando, dão-me devido a aspectos que me fazem confusão, indignam ou revoltam ou me incompatibilizam intelectualmente com a realidade. Durante uns momentos. Às vezes dias, outras instantes, outras ainda eternidades. Claro que toda esta indignação, acabaria por dizer mal de alguém, de algo ou de uma realidade. Para variar... Por isso repito: felizmente que nem sempre o consigo fazer.
Outras ocasiões acho tudo muito lindo, espectacular. E aqui normalmente não escrevo, porque as coisas boas são minhas, dos meus amigos, família ou de quem as passou comigo e não preciso de me exaltar e de tentar destabilizar os outros, como aconteceria se fosse com um ponto menos claro, digno ou outro. Tão pouco gosto de "esbardalar" o que quer que seja, para que todos vejam como a vida me correm bem e sou tão feliz ou mais do que todos os outros. Até poderia ser mentiroso (ou não) e as mentiras tendem, esforçadamente por vezes, a não fazer parte do meu quotidiano.
Por isso de modo generalizado, acabo por transparecer negativismo. O que é de todo em todo falso e nada corresponde menos à realidade do que isso.
Não gosto do natal, afirmo e reafirmo. Em parte, claro, nunca no seu total. Se o fizesse seria no mínimo estúpido! Acho parvo a parte das correrias às prendas e da obrigação que as pessoas sentem de dar algo que não pode ser muito caro, mas também não se poder dar menos do que determinado valor. Adoro a parte da família, dos disparates que se dizem, das brincadeiras que se têm... Se calhar é por ser a minha família e as pessoas e o espírito que a compõem, mas acho que serão todas as famílias assim. Afinal, tudo pode falhar, mas a família está lá sempre, nunca duvidarei disso! Acho que se vê que, não gostando do natal, em parte, não sou negativista ou do contra ao ponto de generalizar o natal. Não gosto do natal consumista, adoro o meu natal!
Também não gosto do políticos. Acho-os corruptos, pouco sérios, insensíveis, deslocados da realidade, oportunistas, falsos, inflexíveis, gélidos, distantes, usurpadores, com falta de ética e moral... Chega? Mais uma vez não generalizo, com certeza, até para bem da nossa crença no modelo "democracia", que os há exactamente ao contrário de tudo isto e por vezes até chegam ao poder a tempo de fazer algo por todos nós e os maus hábitos adquiridos ao longo de anos e anos de má gestão e governação. outras vezes não. Ultimamente não. E continuo sem conseguir vislumbrar isso nos tempos que se avizinham. Por isso digo mal, correndo o risco de parecer negativista, mais uma vez. A apatia geral e a aceitação do discurso dos desgraçadinhos pobrezinhos, é que nos têm arrastado para onde estamos. Entre outros, claro!
Acho muito injustos os "direitos" dos funcionários públicos. Acho, mesmo. Têm vindo a deitar mão a alguns e bem, mas ainda há muito que se poderia fazer no imediato. O problema é que "quem se lixa é sempre o mexilhão" e os direitos ainda mais injustos de quem manda nunca acabarão ou não estivéssemos a falar de alguém acabar com os direitos de alguma coisa que lhe toca directamente. Eu, se os achasse injustos faria-o na mesma! Não é por "mudar de patamar" que os meus valores se actualizam negativamente. Agora, óbvio quem quanto mais acima se está, mais direitos se tem, mais se ganha, menos se trabalha (Atenção que não acredito nisto. O tipo de trabalho é que é diferente!), etc. Não acho isto mal. Mal acho que uma fábrica têxtil abra falência e dois meses depois o dono abra nova fábrica, com outro nome, com as mesmas instalações e que legalmente ninguém lhe possa fazer nada ou cobrar as dividas antigas. E que se passeie de Ferrari, Mercedes, e ou BMW topos de gama, os filhos tenham direito a bolsa de estudo para derreter em noitadas e copos...
Estes são os pontos mais abordados e as "pessoas" ou grupos mais visados da minha "fúria esmagadora". Não quer dizer que nunca me possa dar com este tipo de pessoas, aceitar ou participar nestas situações ou ficar surpreendido positivamente com algumas delas. No entanto também em custa estar sempre a bater na mesma tecla. Chamam-me comunista e começo a sentir que têm razão, que tenho uma cassete reinvidicativamente activa que passa vezes a fio e nunca se gasta ou perde a qualidade. Já eu me sinto cansado de mim, dos meus assuntos (ou será da realidade que me rodeia e que não me deixa vaguear noutros?) e de escrever sempre pelo mesmo.
Por isso, quando sairá o próximo, não sei, se haverá próximo tão pouco. Não esperei pelo ano novo, para aplicar a máxima "ano novo, vida nova", mas sim pelo sentir que era o momento. Não planeio as coisas, não espero (bons) resultados ou resultados, apenas. Faço-as apenas quando sinto que o momento é o certo. Não me importo muito com o que os outros pensam. Faço-as por mim. Para mim. Não é método certo ou que tenha qualquer tipo de presunção de saber bem viver ou gerir (bem) os acontecimentos, mas todos temos um modo de agir, este é o meu! Nunca tive pretensões de ter um blog. Mesmo, mesmo. Este surgiu porque tinha necessidade de o fazer, de escrever e desabafar as coisas que nunca se conseguem desabafar com humanos, mesmo os mais chegados. Coisas que se sentem e que não se conseguem explicar. Também não o conseguir fazer escrevendo, mas... tive essa ilusão, pelo menos. Ajudou-me. Agora acho que já não o faz. Nunca quis falar de mim, do que faço, onde fui ou o que penso ser. Melhor, às vezes, pior muitas, mas nunca superior. Apenas queria desabafar, cuspir a realidade que não gostei, gosto ou gostarei. Fi-lo, sem qualquer pretensão. Incomodei alguns, espantei outros, feri, enchi de orgulho outros. Nunca se consegue nada que agrade a todos. Nunca.
Começar pode custar, mas acabar, seja de que modo for, custa sempre mais. Por isso é que tentamos sempre acabar as coisas ou com as coisas com um sorriso, uma conversa parva ou frases feitas que não se empregam de modo algum à ocasião, mas que achamos que sim, naquele momento. Eu apenas digo, ponto final paragrafo. Para já neste. Quem sabe se nos outros? Eu não. Só tem direito a uma única outra linha. Para já.
Tudo de bom!