A Fé ou a(s) fé(zes)?
Hoje em dia há fés para todos os gostos, no “nosso” mundo.
Há uns que acreditam que ganham o EuroMilhões e por isso jogam compulsivamente a ver se ganham o passaporte, segundo eles, para a felicidade suprema e eterna que o dinheiro em barda lhes traria.
Outros, mais conservadores e saudosistas, jogam no Totoloto. Primeiro porque se recusam a aceitar que Portugal agora já é mais Europa que Portugal e por isso nada como boicotar um evento teoricamente europeu e favorecer um português. E além de que tanto dinheiro assim como dá o EuroMilhões também lhes traria felicidade mas muitas preocupações.
Outros ainda, por puro amor à camisola preferem o Totoloto. Ou porque gostam mais de futebol ou porque ainda lembram os tempos em que a CUF aparecia nos boletins e gostam de recordar esses tempos ou porque são viciados em futebol e sabem aquilo, as equipas, os jogadores, jogos, jornadas e resultados de trás para a frente ou porque pura e simplesmente gostam do desafio de gastar dinheiro sabendo que dificilmente irão ter retorno.
Outros acreditam no seus trabalhos e por isso aplicam-se cegamente naquilo que deveria ser apenas uma parte dos seus dias, passando a ser a vida uma parte dos seus trabalhos.
Outros acreditam e defendem aquilo que ostentam em cima do corpo e no que cheiram e nas marcas que deixam transparecer em ambas as coisas.
Outros nisto, outros naquilo, outros em nada, outros em tudo...
E depois, no fim de todas as crenças terrenas e criadas pelos homens para se sentirem bem, vêm os que acreditam em Deus. E dizem; bah apenas mais uma fé ou crença; é tudo uma questão de acreditar ou não... Não é? Os caretas; Deus já não se usa, não diz coisas actuais, está fora de moda, ultrapassado pela ciência e pelo que ela tem vindo a provar (tem mesmo?)!
Afinal, qual a diferença entre tudo o que aqui escrevi, entre todos estes (e outros tantos que ficaram de fora) objectos de devoção? Baseia-se tudo no mesmo; acreditar, defender, usar, professar, difundir, mostrar...
Isto, está claro, no “nosso” mundo de hoje, criado por nós, à nossa imagem e semelhança apenas!
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