Sobre o terrorismo
Muito se fala, particularmente no dia de hoje, no terrorismo, terroristas, atentados e outros disparates socialmente e religiosamente influenciáveis, que tais.
Fala-se hoje, como se falou no pós 11 de Setembro de 2001, quando uns tresloucados quaisquer meteram três aviões pelas torres do (extinto) World Trade Center adentro. Uns viram em directo, outros pensavam que era um filme qualquer, outros uma mera brincadeira de mau gosto, mas não era mesmo a verdade.
O terror e o excesso de zelo que também originou tal acto foram mais ou menos indescritíveis, com medidas de segurança extremas em tudo o que era e é actividade humana, rotinas ou meros actos reflexivos, feitos por todos nós e que passaram a ser consideradas actividades altamente suspeitas.
Depois falou-se de Attocha, em Espanha, depois dos atentados no metro Londrino, agora é uma operação falhada ou desmantelada, se preferirem, pela polícia secreta inglesa...
Atentados, terrorismo, terroristas, bombas, atentados...
E que tal se todos nós formos (um pouco) terroristas? Heim...
Para já, porque muitas vezes não nos tratamos bem uns aos outros, aos que chamamos e temos como amigos, os meramente conhecidos, os desconhecidos ou, ainda pior, a própria família. Pior terrorismo que este, creio não poder existir...
Depois, também não respeitamos os sítios onde vivemos, trabalhamos, passamos, etc, etc. É tudo nosso, vá de estragar a nossa parte que não precisamos de deixar nada para os que virão depois de nós. Belo legado que deixamos e que sábios modos de vida estamos a construir...
Assim também não conseguimos ser felizes, porque estamos sempre com medo de alguma coisa, que alguém nos chame à atenção de algo que estamos a fazer (conscientemente) mal. Peso na consciência, diz-vos alguma coisa?
E podia continuar, mas não me apetece, sinceramente, estar a mexer nas porcarias da vida! Antes prefiro ver o que é belo e vale realmente a pena ser observado.
Pensamos que os terroristas são os outros que andam com bombas à cintura (cinta, como se diz mais a norte), os que fazem atentados, à bomba ou por outros meios ainda mais cruéis, cobardes e sanguinários, mas não me parece que seja apenas e só, assim.
Quantas vezes já recusamos ajudar alguém?
Quantas outras vezes já ignoramos o sofrimento de outro que, não fingindo, necessitava apenas de um momento de atenção?
Quantos e quantos momentos da nossa vida gastamos a pensar mal dos outros ou a cobiçar o que alcançaram, mais ou menos legitimamente?
Quantas dores de cabeça e pesos na consciência já tivemos na vida, por alguma coisa que fizemos e não nos orgulhámos nada disso?
Arrependimento? Não tenho!
Também não sou perfeito, mas tento ser o melhor que consigo!
E o terrorismo ou o facto de poder também ser terrorista, amedronta-me ou condiciona a minha vida?
Digamos que, estou tranquilo com (quase) tudo o que fiz, disse ou fiz os outros passarem... Sei que também tenho um pouco de terrorista em mim e é isso o que realmente me importa e me entristece, hoje, neste dia em que tanto se fala de terrorismo, mas esquecemo-nos que todos o praticamos (um pouco), mais ou menos conscientemente!
E nem sequer precisamos de bombas presas à cintura...
1 comentário
e somos tds um pouco culpados por td..
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