As transformações (visíveis) do choque tecnológico!
O desempenho de (quase) todos os funcionários públicos é uma coisa que todos nós, habitantes desta desorganização generalizada que alguém, algum dia, ousou chamar de “Jardim à beira mar plantado” (e outros chamam de simplesmente Portugal), já conhecemos e ou mais ou menos frequentemente experimentamos. Mas vamos esquecendo é um facto... Vale que nos vamos lembrando quando temos que recorrer a algum serviço público, autoridades ou outro qualquer serviço no qual temos (ou devemos ou simplesmente queremos) apresentar alguma queixa...
Foi tudo relembrado um dia destes, numa esquadra dessas da PSP, em Lisboa, aquando da apresentação de uma queixa, sobre um acto... ignóbil (é o mínimo que se pode dizer quando alguém nos deita água para cima, em plena estrada deserta, no Alentejo, de Vespa e depois os tenta albarroar seguidas vezes! Acho eu...) que se passou algures no interior centro / sul de Portugal.
Bom, indo mais atrás, onde realmente tudo começou, no posto da GNR do sítio (aldeia, lugarejo, terrinha) em questão (que por questões meramente de “direitos de autor” de uma hipotética série cómica, que bem daria para ser feita com base neste “guião”, não referirei), onde o Sr. Agente nos informa que nada pode fazer, dado que está sozinho no posto e não tem rádio a funcionar e também não pode ver o dono do veículo... Só faltou chorar um pouco...
Ah, claro, esqueci-me de dizer que a queixa tentou-se apresentar logo ali, em cima da ocasião e do acontecimento, tendo à visto o “meliante” que descansava tranquilamente num café, junto de uma trupes de imbecis que, comummente, dão pelo nome de, ou são chamados de, caçadores.
Siga a viagem e a história... Que aqui, dado a insuficiência de material (ou má vontade do Sr. Agente), nada pode ser feito.
Em Lisboa e retomando o fio à meada da história, lá se dignam (sim porque a atitude altiva e de extremo incomodo e enfado, do Sr. Agente da PSP, algures em Lisboa, foi bem visível a todos os que lá estavam e ele, o Sr. Agente, fez questão expressa de que isso fosse bem notado!), depois de uns 30 minutos em que nos mandou esperar e não se percebia bem porquê e quase, quase a saltar-me a tampa, lá nos atende.
Duas horas depois, umas dezenas de perguntas (inúteis e mal formadas), outras tantas unidades da mesma medida de emendas ao texto original (não percebeu bem o como a história se processou à primeira, ou então não sabia minimamente escrever. Humm.... Estou inclinado para a última hipótese, mas não digam nada a ninguém, ok?), uns bocejos pelo meio (êeeehhhh... eram 19:00 horas quando lá entramos e saímos às 20:30, as pessoas “normais” já estão a dormir, é natural!), umas dúvidas / desconfianças se estávamos ou não a dizer a verdade e... lá a queixa foi feita.
Com isto tudo para glorificar o esforço sobre-humano daquele Sr. Agente que nos tomou conta da ocorrência! Perdão, perdão que o homem era Chefe, Chefe M. (não refiro nomes, já disse!), um exemplo para todos os outros Srs. Agentes, Chefes e patentes que tais e um cidadão cumpridor!
Lamenta de certeza terem introduzido os computadores, esses inimigos numero um de todo e qualquer funcionário que, zelosamente, em pequeno, aprendeu a escrever à mão, na escola da sua aldeia do interior. Então para que nos damos a este trabalho em criança? Além de que para agarrar num caneta precisamos da mão toda (ou a maior parte) e para escrever no computador, chega um dedo! Ora se temos 5 em cada mão, 10 no total (alguns podem contabilizar 20, porque não se sabe muito bem distinguir os membros superiores dos inferiores, nalgumas “raças”), não fomos feitos para apenas utilizarmos um dedo, coisa que teria sido realizada (a remoção dos dedos supérfluos) pelo longo e penoso (mas afinado e preciso) processo de evolução das espécies (ah e tal o computador é uma coisa recente, mas lá chegaremos, dizem os mais convictos e defensores deste tema).
Ainda assim lá conseguimos, digo e friso, vincadamente, mais uma vez, atingir o nosso objectivo final; apresentar queixa. Não é fácil! Nada mesmo!
Esqueci-me... Também fomos a uma esquadra que já tinha fechado e que no entanto ainda se encontrava consultável no site da PSP e, mais grave ainda, nos dão o contacto quando telefonamos para o atendimento geral da PSP!
Como isto tudo não só aproveitei para vos chatear com mais uma história, mais ou menos inútil e divagativa QB para ser ignorada, mas também meti ao barulho a política, a polícia, o governo, o Sócrates, ... Porquê? Então...
Efectivos que não existem num destacamento da GNR (parece anedota, mas para que serve um destacamento apenas com um efectivo disponível?), rádios que não funcionam (já começo a julgar que aquele destacamento está relacionado com os Gato Fedorento), “esquadras fantasma” que nos dão como contacto (bom... afinal na PSP também se fazem anedotas), atitudes altamente prestativas (de quem nos faz esperar 30 minutos, a mexer folhas de um lado para o outro, mesmo à nossa frente, fazendo-se de atarefado. Bom ou estava mesmo, mas... se estar atarefado na PSP é isso, mexer folhas de papel, eu também quero ser uma pessoa “esmagada” com trabalho!), computadores (esse terror!), teclado ergonomicamente avançados para se escrever só com um dedo (vá dois, porque escrevia, naquela da loucura, com as duas mãos!), duas horas que se perdem nisto, digam-me lá que não é um choque?
Tecnológico, pois claro, afinal, mete computadores...
1 comentário
Essa "historia" é delirante...Assim podemos ver as autoridades(que autoridades?) nós temos....Em Portugal é tudo e "desenrrascar"!Ajudas para aqui e para ali...e para a gnr ter um radiozinho da treta nem ha dinheiro...Enfim...Bom escritor sim senhor!E muito boa pessoa e cara metade.Beijo
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