O queixinhas, escritor de livros...
Existe um artista na história recente, muito recente de Portugal que não deve ter tido o ensinamento, enquanto pequeno que é feio fazer queixinhas. Vai daí, levou isso ao extremo e, sendo já adulto com outra capacidade, poder e persuasão, conseguiu editar as suas queixinhas em livro!
Claro que o ser queixinhas acarreta sempre também outras coisas como o tentar empurrar as culpas sempre para cima dos outros, os maus, que o quiseram tratar em certa e determinada data e circunstancias dispares entre o acusador e os acusados. Como quase sempre acontece, ou não seriam eles acusador e acusados, mas sim bons e velhos amigos (ou são-no, mas não convém mostrar isso agora).
Digamos que esse artista, autor, escritor, poeta, romancista conseguiu escrever, sem se rir, um livro do principio ao fim como se o mundo não existisse à sua volta e como que a sua visão fosse a única válida e correcta à face da terra e arredores. Uma das característica fundamentais para que a obra, seja ele qual for, tenha sucesso e, ainda por cima, apresenta coerência ao longo da história o que, se fosse transposto para a realidade que não a história do livro, revelaria um personagem altamente esquizofrénico e psicologicamente muito afectado.
Outra característica quase indispensável é a divulgação. E este autor também o tem conseguido com algum brio, confesso, através de múltiplas idas às televisões apresentar, orgulhoso (orgulhosamente sós, lembra-me algo...) a sua obra, rádios, jornais e revistas e demais meios de comunicação social; tudo e todos têm falado dele. Melhor do que isto não esperaria certamente o nosso recente autor...
Depois é esperar... Mesmo os que sempre pensavam nunca comprar a obra, sentem-se tentados pelo menos para poderem opinar com precisão sobre o que se trata ou deixa de tratar e se sim, está bem escrito, sim, a história é boa e plausível de ser verídica ou não, é tudo um patranha pegada e mais que devaneio, revela narcisismo acirrado demais para não ser levado como loucura!
Confesso que até eu estou tentado mesmo muito, a consultar a tal obra “literária”, sabendo de antemão o que o autor representa na praça publica para a maioria de nós, gostava de ler as linhas escritas por ele. Acredito, tendo em conta as “limitações” que referi atrás que esta obra será uma das que mais marcará o panorama artístico português; tendo em conta quem a escreveu, é um esforço bastante considerável. Se bem que vem contaminada pela maneira de ser e pensar do autor, nunca o julguei capaz de tamanha proeza, mas afinal, é nisso que a vida é bonita de ser vivida.
As surpresas que nos quebram a rotina e nos levam a agir e a alterar a nossa maneira de ser e ver o mundo que nos rodeia (sim Sr. Autor, ele existe menos e nunca estamos isolados!), é nisto que reside a beleza. Não é no facto de fazermos as coisas e apontarmos para os outros como os autores das mesmas.
Espero que daqui a um tempo não veja escrito ou ouça dizer que afinal, “esse livro de que falam, não fui eu que escrevi, mas sim Sicrano ou Beltrano”, ou mesmo que “só escrevi isto porque Fulano de Tal me disse para o fazer”.
Santa paciência (não existe nenhuma, acho eu, com este nome, mas deveria porque seria sem dúvida uma das mais invocadas)!
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