segunda-feira, janeiro 29, 2007

Retira, protesta, restitui


O nosso governo tem uma política sui generis no que respeita a gestão corrente dos dinheiros que diz estar a racionalizar. Corta tudo a eito e espera, com pouco alarido nos meios de comunicação social, a ver se ninguém repara. Se alguém reparar e protestar, abre-se uma excepção na lei que promulgou, para os que protestam. Para os que reparam mas não protestam, fica tudo na mesma.

Qual manta curta, em que o jogo do tapa - destapa se repete ininterruptamente, porque a manta é cada vez mais curta (e nada fazem para a acrescentar) e o que tem que ser tapado, cada vez mais volumosos (leia-se cada vez temos mais mamões, tachos, xupistas, etc. e menos trabalhadores para os sustentar disfarçadamente, com os impostos que pagam).

Digo eu que se calhar poderiam começar a cortar em regalias que eles próprios têm, em vez de cortarem em sectores vitais como a saúde. Todos nos deveríamos sentir ofendidos pelas recentes políticas que têm sido praticadas nesta área e que nada ou ninguém podem justificar, sob pretexto algum, muito menos justificações meramente economicistas! Há muito mais por onde cortar. Não significa isto que não se tente gerir melhor esta área problemática, mas uma coisa não leva à outra, nem estão intimamente relacionadas ou ligadas pelo que quer que seja...

O caminho mais fácil é sem duvida cortar em vez de analisar, perceber e actuar. Mas com a extinção da classe média, com os ricos cada vez mais ricos, poderosos e com o seu crescente poder de influencia (negativa) na nossa sociedade, com as vagas de imigração clandestina e desqualificada que exerce uma pressão negativista tremenda sobre o nosso fraco tecido empresarial, com o esmagamento da viabilidade de continuar a aumentar os impostos (dêem-lhes o nome que derem, sejam portagens ou taxas moderadoras), com o crescimento real dos salários a crescer constantemente a baixo da inflação, ano após ano, qual será o nosso caminho no futuro?

Reservem-me aí um lugar sentado e à janela, no comboio para o terceiro-mundo que o nosso caminho converge para lá, não a passos largos, mas, se virmos bem as coisas, já lá temos um pé e o outro, já está o temos no ar. Resta saber onde o vamos pousar...

Enquanto é tempo e ainda vamos a tempo, podemos escolher, depois de o termos no chão novamente, já não há nada a fazer!

0 comentários