terça-feira, agosto 07, 2007

Alarmismo? Muito bem, mas porquê a surpresa?


Chegaram os especialistas à conclusão que as crianças do interior estão a ficar igualmente obesas. Estranho, acharam eles, tendo em conta que o comer de plástico ainda não chegou em tão larga escala ao interior...

Primeiro essa comida já lá está meus amigos! Basta ir aos supermercados... ter um micro-ondas ou um forno... Encher tudo, depois de confeccionado, com muito molho, mostardas e porcarias que tais, acompanhar com batatas fritas de pacote ou outros aperitivos... Vende-se o mesmo que vendem pelo litoral, certo e assim podemos comer o mesmo, verdade? E pizzas e hambúrgueres já não são novidades no interior, mesmo na mais remota vila se encontram lojas de fast-food...

Segundo, metam-se no carro, percorram uns quilómetros com o mesmo (podem meter os gastos de combustível depois nos custos do estudo que alguém irá pagar) e observem a paisagem. Centenas e centenas de hectares de serras e campos ao abandono, por cultivar, mato e mais mato, eucaliptos, silvas e outras espécies invasoras a perder de vista. Chega-se rapidamente à conclusão que no interior, ainda se faz menos que no litoral. A desertificação a isso ajuda: menos crianças, mais solidão, menos brincadeiras (já nem estendo ao trabalho nos campos que existiu, existe – pouco – e continuará a existir), mais televisão e sedentarismo e consequentemente...

Francamente nunca percebi onde os especialistas se inspiram para divulgar os resultados, com tal pompa e tão pouca circunstância (e substância). Só pode ser nas imaculadas quatro paredes brancas que lhes rodeiam a secretária e que lacram secretamente uma verdade que há muito anda à solta, no espaço publico, para quem a quer ver...

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