Um dia

Dia 25 de Abril de 1974, um dia para recordar, sempre!

Ainda não era nascido e por isso não sei o que seria viver sem liberdade, num regime opressor, totalitário e castrador. Não sei em teoria e na realidade prática que naqueles dias se passavam. No entanto os nossos dias não se pautam por uma liberdade no verdadeiro sentido da palavra.

Somos subjugados pelas modas e pelas tendências que alguém dita como válidas para determinado ano, estação ou época.

Somos bombardeados por “Circos das Celebridades” (que me recuso, com muito orgulho e veemência, a ver!) e outros programas ricamente cheios de ensinamentos e conteúdo de valor acrescentado.

Temos que engolir notícias do estilo “Neto mata avó à facada” que nos remetem para um mundo violento e sem amor, cruel e sanguinário, quando isso não é necessariamente verdade. Já alguma vez vimos nos jornais diários notícias sobre o que as igrejas fazem pelos sem abrigo ou sobre como tanta gente por esse país fora ajuda, sem qualquer interesse ou expectativa de retorno, vizinhos, amigos, conhecidos e desconhecidos?

Somos governados por um bando de meninos de coro engravatados sem qualquer noção da realidade, que se reúnem (e quando não faltam) lá para os lados de S. Bento, fazendo que governam o país da melhor maneira, mas na verdade estão-se a governar a eles próprios e ao seu futuro, com reformas milionárias ao fim de meia dúzia de anos de exercício, com leis que os privilegiam de forma absolutamente chocante, injusta e incoerente com os seus discursos!

Somos livres? Seremos mesmo livres?

Atentem nos exemplos em cima (e em tantos outros) de digam-me... Acham mesmo que sim?

Como costumo dizer, o exemplo vem sempre de cima e enquanto continuarmos a ser bombardeados com estas e outras preciosidades do nosso regime democraticamente livre e pluralista, de certeza que nunca, nos tempos mais próximos iremos ser livres!

Continuaremos a ser um país de corruptos, interesseiros, “taxistas”, encostados, acomodados, chupistas, ladrões, “falcatruistas”, sensacionalistas, falsos,...

E viva a liberdade e viva o 25 de Abril, 32 anos depois da bela revolução!

P.S. - nem tudo se perde, nesta hipocrisia “festejante” que se alastra por estes dias. Ontem o concerto de Fausto no Seixal, como mote dos festejos da revolução de Abril, foi f-a-b-u-l-o-s-o!!!