terça-feira, outubro 17, 2006

Pretextos


É tudo uma questão de pretextos e infelizmente vamos precisando deles para irmos fazendo alguma coisa de não rotineira na vida. A rotina é nada e a paixão é tudo!

Tudo o que se faz com paixão sai bem, é bonito, delicioso e bom. Ama-se e admira-se, tem-se orgulho de... Assim as coisas não custam, faz-se por gosto e enche-nos o ego. Então quando isto tudo se mistura com o ajudar, dar a conhecer, explicar, ensinar, partilhar, a mim pessoalmente, dá-me um gozo tremendo.

Eu nos meus ideais ditos comunistas (não por mim, mas pelos que me costumam rodear e a quem chamo amigos e ou amigas) só poderia gostar da partilha, da comunidade, do espírito de corpo, trabalho em grupo, comunhão e por aí fora (não quero correr o risco de ser chato com tanta adjectivação sinónima de uma mesma coisa que eu digo ser harmonia, entre todos e com todos).

E o dia começou bem quando partilhei algum (do pouco) conhecimento que tenho sobre a Bíblia (um livro maravilhoso que todos deveriam ler, não exaustivamente e ou como compendio cheio de informação teórica sobre algo, mas apaixonadamente e com curiosidade infantil de quem quer descobrir algo pela primeira vez), a propósito desta história (recomendo a leitura que promete...).

Confesso que nem sempre tenho jeito para me relacionar com as pessoas e ou explicar aquilo que sei e quero transmitir (o óbvio é uma coisa que me incomoda e exalta, quando os outros não o vêem... Mas o óbvio para mim é o desconhecido para os outros; tenho que me convencer disto, mas é-me difícil, tal como a todos os humanos, mudar por “dá cá aquela palha”; a resistência à mudança, a resistência).

Principalmente gosto de partilhar o que me apaixona e que me põe um “brilhozinho nos olhos” (ouçam a versão musical do Sérgio Godinho); a religião é uma delas e por isso falo abertamente, como crente (e defensor da religião enquanto molde de sociedades igualitárias, reconhecendo cada vez mais a utopia e o afastamento a que as igrejas estão votadas mesmo pelos que a fazem) que sou, sem receios nem falsos pudores e ou vergonhas socialmente impostas; diz-se e faz-se questão de sublinhar que falar de religião e ser crente é farsolas, antiquado e inacreditável no mundo de hoje. Para mim não o é e faço questão de dizer isso, mostrar e defendê-lo, quando tem que ser!

Bom mas retomando a linha que me levou a escrever, se bem que mete religião na origem...

Os meus ideais comunistas (chamar-lhe-ia mais socialistas) de fraternidade e igualdade se calhar não o são assim tanto de esquerda, de direita ou de centro, mas se calhar é o que nos vai faltando hoje para sermos uma comunidade, não religiosa ou o que for, mas uma comunidade.

Hoje podemo-nos considerar um conjunto de pessoas desconhecidas que vão vivendo entre uns e outros, sem nunca se conhecerem ou darem a conhecer, mas nunca uma comunidade.

Isto tudo, todas estas linhas e estes pensamentos com base num (simples e inesperado) pretexto, um blog, um texto escrito a dois, um livro antigo (mas muitissimo actual e cada vez mais necessários, nos nossos dias, no nosso mundo) que se chama Bíblia... Sempre a precisar de pretextos... Sempre os pretextos e fazerem com que as nossas desculpas, por um breve momento não o sejam; é verdade que não tenho tido muito tempo, é verdade que as ideias também não me têm ocorrido, mas... Por vezes, muitas vezes, a maior parte das vezes, as coisas mais belas da vida são as mais simples, surjam elas na forma de pretexto ou noutra forma qualquer.

Olhem tudo isto... E o relembrar da Bíblia, que estando na minha mesa de cabeceira desde há uns largos meses a esta parte, já tem no pó que a rodeia a melhor companhia que pode encontrar, quando os meus dedos o eram há uns tempos atrás...

E tudo isto, mais uma vez o digo, com um simples pretexto...

Bom, vamos lá a ver agora, o que se seguirá nesta história, com base naquilo que partilhei... Não sou co-autor, mas agora estou curioso... Quais serão as cenas dos próximos episódios?

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