E o novo ano está aí!
No último dia do ano, muitos aproveitam para fazer uma introspecção e rever mentalmente o ano que está a findar. Buscam pelos bons, maus ou momentos que justifiquem tal actividade cerebral intensa. Outros há que se preocupam mais com a farra destes dias, do que com qualquer balanço. Outros farão esse balanço analisando a revista de horóscopos que guardaram, a mesma que no inicio do ano lhes dizia que tudo ia ser bom, melhor a partir do mês X, ocasião Y e segundo Z, comparando o que estava escrito com o que aconteceu na realidade.
Toda a azáfama nestes dias se resume ao final do ano. Mal qual a ano? Ano que quê? O que é, afinal, um ano? É composto, feito de quê? Qual a sua matéria essência? O que contem?
Um ano é uma coisa abstracta. O tempo o é em si também e um ano, ao fim e ao cabo, mais não é do que um conjunto de segundos, minutos, horas, vá lá, tempo... Mede coisa nenhuma! O suceder dos dias, numa medida que não mede, mas limita a conjuntos de algarismos, toda a actividade que possamos fazer, castrando o sabor de afirmar que “Eu sou da idade do meu primo Aires” ou de escutar que “Serão horas de voltares para casa, quando a sombra for no meio da serra”. Isso perdeu-se, para sempre! “Quero-te em casa às 7 horas”, ouve-se dizer agora.
Não nos podemos abstrair da sociedade em que estamos inseridos é certo, mas para quê festejar o ano novo? Festejar uma coisa que não existe? Tanto mais que o ano novo, já foi na Austrália, está para ser em Portugal Continental e nos Açores, o mesmo país, será uma hora mais tarde; afinal festejamos uma mesma coisa, que se quer una e precisa, universalmente válida, em ocasiões diferentes? Estranho...
Há também anos, em que o passar do ano acontece um dia mais tarde, dado que o mesmo ano que nuns anos tem 365 dias, noutros, o mesmo ano, a mesma medida, tem 366 dias... Chamam-se anos bisextos. Era mais ou menos com ir a uma antiga mercearia e pedir um quilograma de uma qualquer bem; umas vezes seria mais outras menos, conforme o quilograma que o merceeiro utilizasse na ocasião.
Temos que observar a explicação para este facto.
Temos então que as divisões do calendário que usamos nos nossos dias, estão baseadas nos movimentos aparentes do Sol (neste caso efectivamente aparente) e da Lua.
A Lua, por exemplo, precisa de um mês para girar em volta da Terra.
A Terra, por sua vez, leva um dia para girar em torno do seu próprio eixo (movimento de translação da Terra) e um ano para finalizar a sua rota em torno do Sol. Temos assim. Com base nesta rotação em volta do Sol, o nosso ano, o designado ano solar!
Os anos bisextos foram instituídos pela reforma Gregoriana que deu origem ao calendário gregoriano, que hoje utilizamos. Esta reforma foi realizada sob o pontificado do Papa Gregório XIII (1582 DC), pretendendo corrigir a desfasagem entre o ano gregoriano (365.2425 dias) e os 365 dias inteiros considerados na prática, como um ano real. Para isso, deliberou-se acrescentar um dia ao mês de Fevereiro a cada 4 anos. Cá temos então os nossos anos bisextos!
Ora estamos a assumir que a nossa percepção do tempo é imprecisa! Mais ainda, os cientistas crêem que com o passar dos milénios e com as transformações que se têm vindo a verificar no nosso sistema planetário, que as medidas do tempo se vão alterar. Se bem que são os cientistas que afirmam este facto, também é verdade que estes não costumam assentir assim tão fácil e despreocupadamente os seus erros ou imprecisões nos sistemas criados por si.
Mas voltemos à passagem de ano que como já vimos é relativamente pouco importante no pulsar real do planeta. Na nossa ansiedade de explicar, medir, taxionomizar e controlar tudo o que nos rodeia, criamos uma medida para o efeito, mas apenas e só isso.
Se não existissem as unidades temporais que nós usamos, continuaria a existir, Verão e Inverno, Outono e Primavera, dia e noite, Sol e Lua, frio e calor, chuva e seca e por aí fora. Continuariam a morrer e a nascer as flores silvestres, continuariam a correr os riachos, continuariam as ondas a desfazerem-se na areia da praia, continuaria tudo na mesma, com a mesma sequência e comportamento que leva os animais a se recolherem assim que a noite cai e a escuridão toma conta do mundo natural.
Com isto tudo e depois de mais uma divagação brutal, com uns factos históricos e explicações mais ou menos cientificas quero dizer que a passagem de ano parece-me um facto pouco importante. Não preciso desta efeméride para apanhar uma bebedeira, tão pouco para conhecer pessoas ou para fazer o balanço dos meus dias. Esse faço-o continuamente, pois só assim poderei reparar no que fiz de errado a tempo de o querer, poder ou conseguir corrigir; um ano depois, muitas vezes, já é tempo demais para o que quer que seja.
O resto é mato e amanhã, depois de amanhã, daqui a uma semana (o que quer que uma semana seja), sei que tudo estará na mesma. Tudo não; existirão umas dores de cabeça monumentais por aí, nos próximos dias, eh eh eh eh eh!
O que quer que isto signifique, um excelente ano de 2007 para todos vocês!
2 comentários
certamente q n deve haver ninguém q só o faça (balanço/retrospectiva)só nos ditos finais de anos.. mas claro, q é quase inevitável q o façamos agora! pq por mais q o n queiramos ver/aceitar, estas epocas são smp um ponto de viragem na historia/mundo/vida... msm q n sejam imediatas as consequências, elas viram..
qdo falas do facto de mta boa (ou má) gente se dedicar na passagem de ano a beber o mais possivel, ou a enxer a sua bela lista de conquistas (e de telemóvel), nisso concordo ctg! n é necessário esperarem por esta altura para isso.. tds os dias, são dias para sairmos de casa (ou até navegar na net) e ser-mos INDIVIDUOS activos na nossa vida e n apenas passivos..
*beijinhos* e sorry a divagação sem anexo..
Sorry? Sorry do quê e porquê?
E anexo seria nexo... certo? :-)
Beijinhos!
Enviar um comentário