Eu, Pedro
Não, podem ficar descansados que não venho cá relatar nada da minha vida intima, nem tenho histórias para contar de alguém que se peide (pelo menos que eu saiba) ao pé de mim em certos momentos ou de compadrios que fiz com alguém, a troco sempre de alguns euros, para espancar fulano que me estava a fazer frente em determinada situação...
A única coisa que lamento, como lamentei com o livro do Pedro Santana Lopes (aka PSL) é que assuntos mais para o ridículo do que interessante (muito, muito, muito, muito mais diria) possam ser editados em livro, venderem e, com isso, dar dinheiro a quem os fez e a quem os publicou. Não estou contra o ganhar dinheiro, estou contra é a ganhá-lo de formas pouco... "limpas", "dignas" ou...
Sendo radical, como muitas vezes o sou, dizem-me e eu sei que o sou, recuso-me, digo, afirmo, reafirmo, friso vincadamente, recuso-me a comprar estas porcarias!
Um livro, para fazer jus desse nome, tem que nos transmitir algum conhecimento, contar-nos alguma história interessante, verídica ou não, alguma coisa, qualquer coisa que seja, não um meio de fazer queixinhas decadentes sobre alguém com quem, livremente, partilhamos alguns momentos da nossa vida, tenham sido eles mais ou menos difíceis, mais ou menos agradáveis e que não partilha da mesmas ideias que nós ou com quem nos desentendemos. Mesmo que fosse a vida de alguém, que seja interessante e que tenha... sumo.
Por isso tento ignorar (não consigo como está visto por estas linhas) estes conjuntos de páginas escritas que vão saindo para o mercado com maior ou menor regularidade. Infelizmente cada vez mais frequentemente, assim o capitalismo e os euros vão ditando as suas regras de mercado...
Se estes livros darão lucro? Acredito que sim, aposto que sim, muito mais lucro que muitas das obras mais conhecidas dos grandes autores da nossa praça, não duvido, mas isso fazem deles boas obras, dignas de publicação? Não podemos tolerar como bom ou aceitar tudo o que nos dê dinheiro! E os valores? Morais ou outros valores que sejam...
Está mais que visto que, quer no caso do "menino guerreiro" PSL como neste caso da "alternadora" Carolina, o livro serviu para uma vingançazinha pessoal mesquinha e medíocre, um ajuste de contas com alguém. Mas resolvam isso como gente crescida! Além de que não temos todos que estar de acordo sempre com os outros, a discórdia e a troca e posterior debate de ideias antagónicas é que faz isto andar para a frente! Se não continuávamos no tempo das ditaduras em que um dizia como era e os outros, mesmo que discordassem, só tinham era mais é que obedecer e ponto final. Claro que os métodos de persuasão dos outros das ideias ditadas, eram muito mais "convincentes" (leia-se violentos) que o editar queixinhas em livros...
Se tenho curiosidade em os ler, tenho, claro! Só poderia falar mais verdadeiramente com conhecimento de causa mas, só de pensar que vou estar a contribuir para a proliferação destas publicações lixo, não compro, prefiro ficar na ignorância; um homem também não precisa, tem ou consegue saber de tudo! Não interessa nada o que eu faço, claro, e eu nada posso contra o mundo, pois muito bem, têm razão, mas fico de bem com a minha consciência e isso é tudo o que me importa e importou e importará!
Eu, Pedro, não, não dei por ninguém a soltar peidos ao pé de mim nem tenho qualquer história mirabolante da minha intimidade para relatar aqui (e acho que poucas vezes o fiz aqui), mas tenho valores e abomino estas porcarias que têm surgido no mercado e a que se têm dado lugares de destaque, mesmo em algumas livrarias de renome e que não precisam disto para continuarem a ser grandes livrarias! Antes pelo contrário!
E tanta coisa que se poderia dizer partindo daqui...
Que o Pedro Santana Lopes tentou fundar um partido com as suas iniciais, onde ele era o presidente, chamado Partido Social Liberal? Não teve apoiantes suficientes...
Que ainda hoje em dia temos pessoas com medo da alternância e julgam que a sua obra é a melhor e mais perfeita de sempre e têm medo que os seguidores tenham ideias diferentes e alterem o rumo das coisas?
É a vida; uns dias por cima, outros mais por baixo, com razão em certas alturas, errando noutras. E para que o seja o mais perfeitamente possível e agradavelmente prazenteira ao maior número de nós, todos devem participar, não se abstendo de nada, de opinar e intervir. Mas também não devemos julgar quem o faz, seja com paixão, seja com convicção ou teimosia. Mas também não podemos ser inflexíveis e cegos quando a convicção se torna em teimosia!
Mas isto é matéria para outras linhas...
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