É isto: o que se passa, é isto
Longe vai o tempo em que a minha vitalidade e actividade mental, física e desocupação temporal, me permitia e impelia a escrever aqui posts atrás de posts, aos dois e três por dia.
Actualmente pouco mais do que um escrevo, aldrabando com posts fotográficos pelo meio e passando-se alguns dias sem escrever qualquer linha. Confesso que além de me sentir bastante aliviado por não martirizar os masoquistas que por aqui ainda vão passando e assim contribuir para a vossa sanidade mental, não é a falta de motivo que me leva a não escrever, mas sim a falta de tempo!
Ainda assim e como tendencialmente gosto de dizer mal e escrever pior ainda, sobre quase tudo o que me rodeia, sinto-me também aliviado pelo meu lado negro e... negativista (que não pessimista) e cruel ter andado mais apagado, tentando alhear-me dos muitos menos euros que vão ficando no bolso de mês para mês (chamam-lhe poupança, eu chamo-lhe sobrevivência), fruto da governação excelente destes nossos governantes “cor-de-rosinha” e das suas políticas economicistas...
Pagamos a saúde (taxas de moderação, dizem eles, medicamentos mais caros, em nome da saúde financeira da administração publica), pagamos mais caro os combustíveis do que alguma vez podemos imaginar (liberalização dos preços, disseram-nos, para melhorar a competitividade e beneficiar os consumidores), os taxas de juro não param de aumentar (algumas prestações em três anos aumentaram mais do dobro!), aumentam as portagens 2 virgula 1 por cento, aumenta a luz, aumenta o pão, aumenta e aumenta, só os salários regridem em percentagem dos aumentos falados e do aumento da inflação, que se espera situar em 2 virgula 1 por cento, embora as previsões sejam sempre por baixo. Esperemos por uns 3 virgula qualquer coisa e, e...
Assim sendo, como não nos podemos sentir injustiçados? Os gestores das empresas públicas que também nos vão sugando o seu (Portugal Telecom, EDP, CTT, Brisa, etc.), esses, são aumentados duzentos por cento! Os lucros das entidades bancárias estão mais altos do que nunca, beneficiando do uso desregrado dos créditos.
E as reformas tão anunciadas na função pública? Sinto que alguma coisa estará a acontecer, mas a mais importante, a racionalização económica da mesma, continua por fazer. Pé ante pé, suave e sorrateiramente o governo vai aumento o que pode, sob o mote de impostos indirectos ou taxas que, em bom rigor, não podem ser considerados impostos, mas que ainda assim temos que pagar. Extinguem-se uns, para logo surgirem outros com o triplo do peso do anterior.
Eu bem tento, acho que todos tentamos, mas assim que começamos a olhar mais interessadamente para o nosso dia-a-dia, para a nossa sociedade e vemos que cada vez mais difícil está (sobre) viver com mais euros, só podemos ficar desanimados. Ainda me lembro do tempo que com cem contos me sentia muito mais desafogado do que hoje e com muito mais liberdade. E não foi assim há tanto tempo... há cinco anos atrás.
Bom, espero que não tenha sido negativista demais... E repetitivo; é “vira o disco e toca o mesmo”!
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