quarta-feira, fevereiro 28, 2007

O que é, afinal, a internet?


A internet é um repositório de uma quantidade enorme de informação e de conteúdos. Nem sempre relevantes, é certo, mas o que poderá não ser relevante para mim, pode sê-lo para outros ou mesmo e sendo ainda apurado e preciosista na frase, o que pode não ser relevante para mim em dado momento, poderá sê-lo noutro momento díspar, em que precisarei de uma informação que nunca imaginei precisar. E assim temos a Internet ali à mão, os grandes portais, entre eles os globalíssimos Google, Yahoo!, MSN...

No entanto a internet é utilizada cada vez mais e mais para outros objectivos que não a partilha de informação. Ou melhor, é de facto uma partilha de informação, mas informação... pessoal e que deveria apenas ficar entre amigos. Fala, claro, da exposição a que as pessoas estão sujeitas na internet quando partilham os seus dados pessoais.

Não, não estou a falar dos endereços de correio electrónico, da participação em fóruns, etc. Apenas, mas sim de sites que vivem do voyerismo, das pessoas que se mostram para obterem amigos e reconhecimento social, quando não outras coisas e actividades menos licitas.

Basta navegar por aí e temos os Hi5, os FaceBox, etc. Os chats, os fóruns tudo contribui para a exposição que nem pensamos estar a ter e da informação que estamos a partilhar para além do objectivo dos nossos posts. Acreditem que é mais do que muita!

Os blogs também podem ser utilizados para contar os dias dos autores e partilhar fotos, expondo-os a uma escala global e que normalmente nem sonham que pode acontecer... Basta por exemplo, um dos muitos motores de busca indexar um pedaço do texto de um blog, alguém procurar por esse termo no tal motor de busca que o indexou e, sem querer, por mera casualidade, descobrir alguma coisa mais que até lhe interessa, além do que tinha pesquisado; reconhecer um vizinho, um amigo, etc, etc. Passa, quase certamente, a ser visita assídua dessa página...

Há quem não se preocupe com esta exposição. Muito bem, quem não deve não teme, sempre se disse. Mas os tempos mudam e mesmo que os tempos se mantivessem inalterados, mudou pelo menos a escala da exposição que a internet a todos permite, que de local e restrita, passou a global e a quase ilimitada; basta um computador com acesso à internet em qualquer parte do mundo e podemos ver a nossa página em qualquer local, por mais remoto que seja. Os únicos requisitos: um computador e um acesso à internet.

E daqui poderia começar a referir casos de extrema exposição que originaram a perseguições sou ameaças ou outras formas de coerção... Mas não, não vou fazer nada disso, porque de extremos não se faz a história, embora muitas vezes os extremos sirvam para vincar o ridículo de alguns aspectos. Recorro a eles muitas vezes... Mas desta vez não. O assunto não se propicia a isso.

Fica o alerta! Porque me faz cada vez mais impressão ver as vidas, de quem quer que seja, novos, velhos, recém-nascidos ou de meia idade; há de tudo, (quase) integralmente exposta nas muitas páginas que compõem esta rede global. E muitas vezes com a consciência plena, por parte dos autores, do que estão a fazer!

É que o status social também passa, nos dias de hoje, por ter um blog muito visitado e comentado e ou uma rede de “amigos” alargada, muitas fotos para mostrar e quanto mais “comprometedoras” melhor; vão-se fazer ainda mais amigos...

E o ciclo (vicioso?) nunca mais pára!

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