«Agora que é Verão»
Começou a corrida dos portugueses no geral, a todos os locais que tendo uma esplanada, tasca com cadeiras na rua, praia ou apenas e só um local aprazível onde se possa apanhar sol. Nada de mal, compreende-se, também vou e irei, sabe bem e já todos estávamos à espera de um pouco de sol para variar.
Mas com tudo isto a malta esquece-se que ainda estamos no Inverno. É, é bem verdade que ainda estamos no Inverno, nem sequer ainda a Primavera chegou. Por isso é natural que esses locais mormente utilizados na época estival e de veraneio, ainda não tenham todas as “qualidades” que se esperam deles, aquando do Verão ou, alargando, Primavera. É natural que se encontrem obras, praias com algum lixo trazido pelas marés, etc., etc.
Não se percebe por isso o mau estar de alguns com estas situações. Até se deveria estar agradado com isso, porque se espera certamente, que estes locais fiquem com mais apresentação e qualidade para todos usufruirmos deles. Digo eu...
“Agora que é Verão” ouvi dizer “é incompreensível que tenham isto em obras”...
Claro que depois nas verdadeiras molhadas de gente mais ou menos desesperadas por uns raios de sol, o descontrolo é total.
Entre carros rasando pessoas, estas ralhando com os filhos que, ansiosos por soltura, correm felizes por entre a multidão que caminha sem destino, animais de estimação aflitos que descarregam em qualquer sitio, sem que os donos se importem muito com isso, como se o local fosse só deles, moças, ainda com alguns “quilitos a mais”, mostrando os seus atributos físicos, fartas da clausura das camisolas de lã, endireitando-se e andando como verdadeiras modelos nas passerelles internacionais, rapazes do tunning, dando música ao povo, compassada com o barulho dos escapes de 60 euros, copiados dos Remus originais (o barulho é quase, quase igual), putos de skate ziguezagueando, quais obstáculos móveis, por entre as pernas de quem caminha, gente que pára abruptamente e sem qualquer razão, constituindo verdadeiras muralhas, parando o fluxo de humanos e não humanos (e também alguns menos humanos, mas ainda assim, com alguma infelicidade, humanos) momentaneamente, ...
No meio de tudo isto ainda se conseguem encontrar alguns sítios mais ou menos sossegados, com alguma paz (de espírito) e onde o sol também espreite!
E com o tempo e com a menor concentração instantânea de povo nestes locais, tudo correrá com noutros anos. Tudo e todos derretem sob o sol forte e abrasador, felizes e despreocupados, sendo que tudo o mais não interessa. Todos andam felizes, até que a chuva volte a cair lá de cima, para regar a terra e refrescar a cabeça dos veraneantes e pô-la a funcionar de modo racional, novamente.
Até lá e havendo sol, não se passa nada...
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