terça-feira, abril 17, 2007

«Gasolina portuguesa é das mais caras do mundo»


Segundo o Jornal de Negócios, citando o Diário Económico que se refere a um estudo levado a cabo pelo Banco Mundial (uns citam os outros, que se baseiam em terceiros, numa coisa que alguém disse, em conversa com um amigo, que ouviu dizer de outro, que comentava uma expressão de alguém que...), Portugal tem das gasolinas mais caras do mundo.

Sendo que a gasolina é igual em qualquer parte do mundo, feita da mesma “matéria-prima”, é um pouco incompreensível que assim seja. A não ser que... Voltem a ser todos os consumidores portugueses, mais uma vez e como sempre que se fala de recuperação económica, a pagar a factura dessa mesma recuperação.

E não só de gasolina vive Portugal. Temos também outros impostos, injustos e desajustados, que nos sugam quase tudo. Portugal, como exemplo de país que teima em sobreviver à custa dos seus contribuintes, de certo que voltaria a estar nos tops mundiais. Claro que nas contas do dever e haver, somos (nós os contribuintes indefesos) dos mais prejudicados com tudo isto, mas, vendo o lado positivo da coisa que nos tentam impingir como válida, temos que nos orgulhar de sermos o país que menos cresce a nível europeu (para ser menos mal, ficamo-nos só pela Europa das taxas de crescimento residuais, face ao resto do mundo), porque crescemos. Crescemos! Pouco, muito pouco, insuficientemente, mas crescemos! É bom, claro, muito melhor que não crescer, mas temos que nos orgulhar imenso disso? Não podemos ficar à espera de outros tempos e outras taxas de crescimento para, aí sim, nos alegrarmos e rejubilarmos com isso?

De qualquer dos modos, Portugal é um país óptimo, governado por pessoas porreirinhas. Pouco qualificadas (e isto não é nenhuma piada ao José Sócrates e às suas frequências universitárias) pouco empreendedoras, muito “esforçadas”, mas pouco sérias, muito corruptas e que olham maioritariamente para o seu umbigo.

É pena porque o país tem pernas para andar e pessoas válidas competentes e esforçadas que poderiam levar o mesmo a bom porto. Não somos nem nada mais, nem nada menos que todos os outros países a nível mundial, por isso se os outros conseguem, conseguiram e vão conseguindo, porque persistimos nós em ficar assim, parados, semi-estagnados, negativistas (e alegrarmo-nos com isso)? Não somos os iletrados que nos fazem querer que somos, nem o país terceiro-mundista com que insistimos em nos identificar, num exercício de comparação que, não olhando para os lados ou para cima, porque incomoda, olhamos para baixo e enchemo-nos de aparente brio e satisfação sob a exige de um dever que, longe de estar cumprido, está corrompido pela comparação inferior, fácil e oportunista.

Tudo vai da veracidade com que vemos as coisas, da assumpção que as mesmas não estão bem, embora melhores, da nossa atitude perante algo e a nossa, pelos exemplos que temos e que transmitimos, não é de certeza das mais recomendáveis.

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