quarta-feira, maio 09, 2007

A menina britânica desaparecida


Entre guerras de polícias e poderes institucionalizados que querem mostrar serviço e provar que são os que melhor podem responder em situações de emergência, continua desaparecida a menina britânica. Ingleses ao barulho, jornais a pressionar, investigações que nada nos mostram e temos um caldo mais denso que uma sopa de cozido à portuguesa.

Entre teses de raptos mirabolantes e de redes de prostituição infantil, vinganças não se sabe bem porquê ou do quê, culpas aos pais que a deixaram sozinha enquanto almoçavam, há de tudo um pouco para todos os gostos.

Vem à baila novamente a tipologia dos tempos que correm, mais violentos que os de antigamente, em que as crianças andavam sozinhas na rua, na serra, na praia, em todo o lado e nada lhes acontecia. Os profetas da desgraça mostram-nos quadros mais ou menos dantescos, de mundos em que as crianças nem sozinhas podem ir à casa de banho, sob o risco de escorrerem com as águas residuais, pelo cano abaixo, onde um bandido qualquer as espera para as levar para um local obscuro e sinistro.

Claramente os tempos mudaram! Claramente estão mais perigosos, sem dúvida que há que ter outras precauções. Mas daí a esconder as crianças para que nada de mal lhes possa acontecer, protegendo-as do mundo cão que se nos apresenta, trancando-as em casa, empurrando-as para a frente das Playsations, entregando-as a diversões mais perigosas, quando falamos ao nível do desenvolvimento pessoal e social, privando-as do contacto entre seres da mesma espécie, da mesma ou de idades diferentes... Não sei em que ponto estará presente o maior perigo para elas.

Sobre este caso específico, do desaparecimento da pequena Madeleine McCann, lamento que existam pessoas que atirem a culpa para os pais que a deixaram a dormir em casa, enquanto desfrutavam de uma refeição, a uns metros de distância. Se os iam lá iam ver de 30 em 30 minutos, de 15 em 15 ou se nunca os lá foram ver, pouco interessa. A casa pressupõe ser um sitio restrito, que nem todos têm acesso. Por isso parece-me uma falsa questão esta.

Com as informações que a opinião publica dispõe, neste caso, parece-me precipitado todo e qualquer juízo. Ninguém sabe ao certo o porquê de tudo isto, nem sequer sabemos se o que tem saído para a comunicação social é fidedigno... Nem se todo o aparato policial à volta deste caso, sabe para onde vai...

Esperemos é que não seja mais uma criança a engrossar as listas de desaparecidos que nunca mais retornam...

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