Sim ou Não? Talvez...
O sim “venceu”, mas não convenceu. A abstenção predominou o que levou com que o resultado fosse uma vitória do sim, mas, devido à abstenção situada bem acima do 50%, levou a que o mesmo não fosse vinculativo.
Lembro-me que em 1998, no ultimo referendo sobre o mesmo assunto, em que o não venceu não vinculativamente, como agora o sim o fez, se adiou tudo, esperou, esperou, até este novo referendo. Tendo em conta a igualdade de circunstâncias, poderia suceder uma mesma solução; adiar!
Mas acho bem que não se faça. O povo, mesmo que pouco, votou e decidiu e o sim venceu com 20 pontos percentuais acima dos que riscaram no quadradinho do não.
Muitos esgrimem os argumentos que o sim estava mais perto da pergunta e que por isso as pessoas seriam tendencialmente levadas a riscar no sim, em detrimento do não, que haveria mais gente do sim do que do não nas assembleias de voto, mas tudo isto me parecem argumentos de maus perdedores e vazios, tal como achei sempre, desde o início, a campanha que todos levaram a cabo. Vazia de argumentos, explicações, razões, conhecimento ou persuasão. Apenas uns vazios assassinos e retrógrados, disparados de um lado para o outro...
Venceu o sim. Agora compete à Assembleia da República Portuguesa legislar de acordo com aquilo que o povo decidiu, ainda que não vinculativamente. Já sabes que até ao final deste ano temos uma lei nova sobre o aborto, vamos ver qual será.
A fazer jus à pergunta do referendo, será uma leia meramente despenalizadora, ou seja, as mulheres deixarão de ser julgadas pelo facto de o terem feito, mas creio que o bonito embrulho que era a pergunta, nos revelará outra realidade; a legalização até às 10 semanas e bla bla bla...
Discordo, como já tinha aqui dito, mas respeito. Afinal vivemos em democracia e todos temos o mesmo peso e, se muitos com o mesmo peso decidiram contrariamente a mim e todos juntos, mais do que os que comigo compartilhavam a mesma ideia, só me resta aceitar, esperando que o bem não acabe em mal e que a lei possa ser o mais equilibrada possível.
Votado que está este assunto ficam pelo caminho alguns pontos que achava importantes serem discutidos antes deste. Planeamento familiar funcional (que não se limite a distribuir pílulas e preservativos pelos mais novos), apoio às jovens mães, abonos de família decentes, infantários do estado condignos, etc., etc., etc.
Foi um belo “tiro no escuro”, mas muito para a frente, do actual governo; votado que está este assunto, taparam-se as falhas de algumas políticas sociais desejáveis e remediou-se, com a vontade popular manipulada, uma grave lacuna que dificilmente seria preenchida. Não fosse o descontrolo e a má gestão do estado, um dos pontos que nos leva ao actual estado de coisas, nem precisamos de particularizar na área da saúde...
2 comentários
msm antes deste referendo a luta de muita boa gente era essa msm.. "Planeamento familiar funcional (que não se limite a distribuir pílulas e preservativos pelos mais novos), apoio às jovens mães, abonos de família decentes, infantários do estado condignos, etc." .. n se deu foi mediatismo televisismo..
acredito que agora, apos esta vitoria da despenalização do aborto, isso não irá ficar na gaveta das pessoas.. quem batia o pé, continuará a bate-lo, quem não o fazia, espero q o faça!
não é por n ser noticia q as coisas n se fazem.. :)
*beijinhos*
Não digo que não se faça e sei que se faz e ainda bem que se faz! Mas penso que essas etapas e a abordagem a esses assuntos teriam muito mais impacto antes de tudo isto...
Ainda assim o mediatismo não o tem porque... eu diria porque não interessa tanto como o aborto, mas estaria a ser maldizente novamente e quero tirar esse rótulo de cima de mim... :-)
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